

Talvez o primeiro retratista a decretar a impossibilidade de auto-retratar-se tenha sido o melhor deles: Van Gogh. Muito amigo de Gaugin numa de suas caminhadas surpreendeu o companheiro com uma navalha aberta. Voltou pra casa e movido pelo remorso cortou a própria orelha. Depois de 14 dias de hospital pintou o "Auto retrato com a orelha cortada".
Quem passa ao lado do teatro Maison de France no centro do Rio tem a oportunidade de se olhar naquela que talvez seja a mais fiel das imagens de si próprio. No muro uma instalação com uma tela composta por centenas de pequenos espelhos. Como que se perguntasse qual o melhor retrato que temos de nós mesmos nos mostra num mesmo quadro a plural multidiversa diversidade que somos nós.
Retratei o retrato do Villa- Lobos. O quadro é um tríptico (tres telas formando uma) e mora no Museu Villa- Lobos. Lá chegando me pediram que procurasse o Turibio. Pensei que fosse o moço da portaria ou da administração. Me surpreendi com a simplicidade do Turibio Santos que desceu as escadas pra me mostrar a tela. Na parede da minha ingenuidade havia pendurado o quadro de um circunspecto, talvez sisudo senhor.
Fiquei feliz de ver o retratão que se transformou minha reprodução da tela e me animei. Pedi ao amigo Mario Saladini que me "auto-retratasse" com o Villa.
O pugliesi que conheci cabeludo na faculdade hoje pilota a Approach, certamente uma das maiores agência de comunicação corporativa do Rio comenta com carinho meu blog no seu.
http://www.approach.com.br/pt/blogs/post/200/A_arte_de_fotografar.html