segunda-feira, 19 de abril de 2010

Considerações psicodélicas






Como toda bela mulher, as flores usam de sutilezas para garantir a preservação da espécie. A Helicônia Bihai deixa a semente muito azul aparente. Lembra muito um verme alienígena. Atrai pássaros que se dão conta da peça que a flor lhe prega alguns metros longe delas. solta ali mesmo a semente e no chão ela germina. Muito puto, um passarinho destes só de birra voou muito, atravessou uns oceanos e a flor germinou. Devido ao desgaste da longa viagem, sem muita força, não resistiu muito tempo. Durou o suficiente pra se mostrar linda e hoje é a flor tropical mais exportada. Porém, a mais linda de todas é a flor do maracujá. Tramita no congresso em regime de urgência uma proposta de mudança de lay-out da bandeira nacional. Achar o pavilhão nacional "muito lindo" é um exercício de patriotismo. O novo símbolo nacional será a flor do maracujá. A nação já respira estes ares de renovação que, assim como os raios solares são filtrados pela folha do cará moela, ou cará do ar como também é conhecido. Na bela definição de um site especializado o cará moela é "um cipozinho delicado, em cujos ramos desenvolvem-se os tubérculos". Os hippies comiam no desjejum estes carás e respiravam o ar filtrado em suas folhas. Porém, de súbito, o movimento desapareceu, banido por ventos fortes que anunciavam a caretização das mentes e por conseguinte o fim dos anos 60. Na verdade o que aconteceu foi uma decepção coletiva vinda do firmamento. A estrela que fazia companhia a lua não estava mais lá. Nada justificaria os anéis de lua e estrela, era o fim de tudo. Hoje pela manhã antes de sair pro trabalho fotografei uma flor e, para meu espanto e contentamento, a estrela estava lá, escondida bem no fundo dela. The flower power