terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Meus presentes





Este ano como em outros que o precederam me dei um bom presente de natal e aniversário, que pra mim chegam no mesmo dia. Encomendei ao Pedrone um amplificador valvulado. O produto é um chassi de componentes eletrônicos e válvulas. Passei quase um ano buscando as madeiras certas que o suportassem. Por indicação de um amigo encontrei o marceneiro Rudimar que se encantou com o desenho que fiz e de forma brilhante deu forma ao sonho com o qual me presenteei.
Dia desses ganhei outro presente, desta vez uma surpresa em forma de trabalho. Fotografei o Erasmo Carlos, amigo fiel e irmão camarada do rei. Conta a lenda que a guitarra que ilustra a capa do disco San-ho-zay do Blues Etilicos é dele. Num canto da casa lá estava ela, a Gretsch Viking, uma ave rara. Perguntei ao Tremendão qual era a historia daquele intrumento e ele no alto de sua simplicidade e simpatia me disse que não tinha historia não. Um amigo me trouxe dos Estados Unidos em 1969. Usei-a em shows até pouco tempo atrás quando fui "proibido" pelo produtor liminha que me disse: "pô, bicho... esta guitarra é uma jóia, cuida dela com carinho em casa".

domingo, 6 de dezembro de 2009

O sonho da casinha



Talvez uma forma quase eficaz de se abrandar uma situação seja trocar-lhe o nome. Favela atende hoje por Comunidade. Favela, que já foi tema de alguns sambas antigos, com o tempo virou sinonimo de lugar insalubre. Vamos ver quanto tempo Comunidade fica nas paradas de sucesso.
Esta semana fotografei a que atende pelo nome de Batan e fica em Realengo. Fiz o trabalho e descendo o morro dei de cara com estes dois barracos. Além do notório desconforto do teto baixo que certamente potencializa o calor da área mais quente do Rio onde localizam-se estas moradias, a semelhança entre as duas é a fachada. Na primeira o sonho de consumir os produtos de uma loja que leva "casa" no nome. Mais abaixo encontrei esta outra cuidadosamente embalada em um cartaz de lançamento imobiliário. De frente a vizinha, Dona Dalmira da Cunha Franco, que mora ali com os sete filhos encontra ternura na voz e generosidade no ato pra me traduzir o que eu estava vendo: isto (o barraco embalado no cartaz) é o sonho que a gente tem de ter uma casinha".