quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Blue Highway





Algumas imagens são raras. Não falo aqui daqueles eventos politicamente incorrectos que se referem ao féretro de pessoas de baixa estatura. O que apresento a este respeitável público diz respeito a vida nascendo nos primeiríssimos raios de sol de verão. Antes de virar som as cigarras ainda em formato de besourão esperam seu momento enterradas por até 17 anos. Saem, se agarram ao caule de uma árvore e assumem o formato que conhecemos deixando pra trás uma casca intacta, transparente e dourada.

Nas folhas de maracujás o banquete das formigas é uma lagarta que jaz estendida na folha do maracujá que lhe fora banquete.

No bem me quer, mal me quer do tempo a última pétala fica como testemunho dos tempos pixiguinianos quando era divina e graciosa.

Impávido o bastão do imperador dispensa o senhor com título e nobreza que lhe dá nome. Como um peixe-leão no fundo do mar, no jardim o bastão reina.

Nem aí para as minhas conjecturas biológicas uma joaninha disfarçada de fusquinha reluzente passa em altíssima velocidade zunindo numa autoestrada azul feita de varal de secar roupas