segunda-feira, 2 de maio de 2011
Doabstratoaofigurativoabstrato
Na busca pelo belo uma pessoa menos versada no campo das artes ou impedida de frequentar galerias e exposições se desilude ao deparar com uma pintura dita abstrata. Como pessoa do sub genero humano que sou me incluo nestes dois impedimentos. Felizmente minha primeira experiencia com a fotografia profissional foi como assistente de um grande fotógrafo de publicidade, João Bosco, que se dedicava com afinco ao registro de toda uma leva de artistas, na maioria vindos do Parque Lage, e que mais tarde atenderiam pelo nome de geração 80. Descobri em boa hora que era no abstrato que o artista podia preencher o espaço teoricamente vazio de uma tela com o que tinha de mais vigoroso: sua energia e personalidade.
Com o Bosco aprendi que a obra de arte fala por si só. Independe do entendimento de quem a vê. Ou se gosta ou não. Simples assim, sem muita explicação, sem aparatos teóricos que sustentem este gostar. O valor da trabalho portanto vai muito alem da assinatura embaixo ou atrás da tela. O que vale está no ato de ver e neste momento o expectador se torna um quase autor, com toda a força deste cliché.
Olhando pela janela do quarto de meu filho Cauê descobri não por acaso estas composições pintadas (na fotografia as vemos em duas dimensões) por um pé de xuxu que usa a folha da bananeira como tela, ou suporte, num linguajar mais chegado `as artes plásticas. A tela que a princípio se apresenta abstrata, executada com pinceladas livres, com o afastamento do olhar e a contemplação do todo se torna figurativa.
Mais tarde, ao conferir na tela do computador, pra minha surpresa, descubro um personagem importante que estava lá naquela "paisagem" primitivamente abstrata mas que só me foi apresentado quando olhei a composição revelada
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