quinta-feira, 29 de novembro de 2018
Estrela de cinco pontas
Certas fotografias são como música. Não se criam, não se fazem, elas simplesmente nos vem. Registra-las com uma câmera, quando possível, é como uma missão. Se não fazemos, guardamos solitariamente na memória aquele recorte do tempo e esta visão irá conosco em nossa finitude.
Esta imagem me surgiu nos primeiros raios de sol, pela manhã, abrigada numa flor pequena - se pensarmos numa escala humana.
Mais que o retrato de uma flor, esta imagem é por si só a síntese da vida neste planeta. Um pequeno inseto no interior do orgão reprodutor de um vegetal. Nele encontra seu alimento e se impregna dele. Na próxima visita, neste trabalho de formiguinha, deixará o embrião de uma nova vida. Vida feita da luz que inunda este salão colorido, decorado com uma estrela de cinco pontas
terça-feira, 29 de maio de 2018
O som quente de um circuito elétrico
Nada mais atual que o som moderno de uma guitarra antiga. Se por um lado o tempo lhes deu marcas, estas nada mais são que atestados, certificações de que bons momentos foram vividos. Os instrumentos antigos são plurais em beleza: lindos de se ver, doces de se ouvir. Testemunhas de uma época próspera em bons materiais e artífices. Em seus corpos, madeira e metais se complementam em vibrações que impulsos elétricos traduzem em som. Um som encapsulado por válvulas que não se usam mais. Curiosidades obsoletas esquecidas em forma de ruídos radiofônicos, ondas dispersas no espaço distante. Paradoxalmente, vivas em calor, dão vida a cada nota e obedecem, para a minha alegria, ao comando "on" de um prosaico botão de bakelite
Assinar:
Postagens (Atom)