quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Pré-fotochopi


Estas duas imagens revertidas para Preto e Branco tem uma pegada da fotografia que se praticava antes do advento da cor e seu desdobramento natural que foi a chegada do digital`as redações de jornais. Os filmes eram usados com parcimônia, inversamente proporcional `a criatividade e senso de oportunidade daqueles que apertavam o obturador das câmeras. Uma única imagem contava a estória e fim de papo.
Na primeira imagem feita com um celular o muro limita duas realidades tecnológicas distintas. De um lado visitantes inebriados com tudo o que há de mais moderno no prédio do Oi Futuro no Flamengo. Do outro um casario em tom cinza medieval abriga carroças de ambulantes com futuro incerto e presente duvidoso. Algumas fileiras de tijolo e cimento separam o Oi futuro do Tchau presente.
Na segunda foto graças a uma mágica ilusão de ótica criada pelo monitor de TV o presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo aparece em dupla e fala sobre o pré-sal que nos multiplica as esperanças em um futuro, quem sabe, com muros sociais menos espessos.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Auto retrato



Talvez o primeiro retratista a decretar a impossibilidade de auto-retratar-se tenha sido o melhor deles: Van Gogh. Muito amigo de Gaugin numa de suas caminhadas surpreendeu o companheiro com uma navalha aberta. Voltou pra casa e movido pelo remorso cortou a própria orelha. Depois de 14 dias de hospital pintou o "Auto retrato com a orelha cortada".
Quem passa ao lado do teatro Maison de France no centro do Rio tem a oportunidade de se olhar naquela que talvez seja a mais fiel das imagens de si próprio. No muro uma instalação com uma tela composta por centenas de pequenos espelhos. Como que se perguntasse qual o melhor retrato que temos de nós mesmos nos mostra num mesmo quadro a plural multidiversa diversidade que somos nós.
Retratei o retrato do Villa- Lobos. O quadro é um tríptico (tres telas formando uma) e mora no Museu Villa- Lobos. Lá chegando me pediram que procurasse o Turibio. Pensei que fosse o moço da portaria ou da administração. Me surpreendi com a simplicidade do Turibio Santos que desceu as escadas pra me mostrar a tela. Na parede da minha ingenuidade havia pendurado o quadro de um circunspecto, talvez sisudo senhor.
Fiquei feliz de ver o retratão que se transformou minha reprodução da tela e me animei. Pedi ao amigo Mario Saladini que me "auto-retratasse" com o Villa.
O pugliesi que conheci cabeludo na faculdade hoje pilota a Approach, certamente uma das maiores agência de comunicação corporativa do Rio comenta com carinho meu blog no seu.
http://www.approach.com.br/pt/blogs/post/200/A_arte_de_fotografar.html