Minha mãe diz que quando trabalhava no colégio interno seu passeio de fim de semana era ir até o final da linha do bonde. O bonde vinha de Campo Grande e fazia a volta na Ilha de Guaratiba. A Ilha de Guaratiba é um pedaço de terra cercado por terra de todos os lados. A praia fica uns 10 km longe. O nome do lugar é uma homenagem a um morador muito antigo, Sr Willian. Talvez o seo Ilha nem tenha sabido disso. Além do nome, Guaratiba ainda guarda tesouros como estas casas muito antigas, de taipa e com janelas de frente pra rua. Na medida pras vizinhas que nos tempos de antanho tomavam conta da vida dos outros.
Criança de subúrbio divide o ano por tempos. Em cada tempo se brinca de uma coisa. Agora é Tempo de pipa. Nem aí pra paisagem, os meninos olham atentamente seus tesouros feitos de papel fino, linha e cerol de vidro moído e cola de madeira. Daí de onde estão, lugar conhecido como ponta do picão, seguindo em direção contrária, numa picada pelo mato, se chega a praia do perigoso. Conta a lenda que bem antes das crianças chegarem pra soltar pipa, os índios apelidados de perigosinhos pelos colonizadores observavam o movimento dos barcos portugueses que chegavam, se abasteciam e saiam.
domingo, 12 de julho de 2009
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É lindo escrever sobre tempos idos, e tempos modernos, mas nem tanto, como tempos de indíos e de pipas, de bondes e de portugueses invasores, dominadores. abraço carinhoso, da amiga,
ResponderExcluirGuarim,
ResponderExcluirIndignado como na postagem anterior (do cartaz sacana da nike) ou sensível como nesta com meninos soltando pipas, seus textos são fantásticos.
Você tem o dom de nos levar longe com sua conversa boa. Beijos