sexta-feira, 11 de março de 2011
Belezas distintas
Meu esporte predileto, o único que consegui me sobressair foi jogar bola de gude. Jogava pelo fascínio das bolinha. A sociedade tal qual conhecemos preconiza a escolha do melhor em cada categoria. No território sagrado da música felizmente esta erva não floresceu. Cada instrumentista tem sua característica. Cito 3 dos grandes guitarristas de blues que figuram como referência do estilo seguido de exemplos no Iu Tubil
Jimi Hendrix e sua pegada visceral
http://www.youtube.com/watch?v=zlTkc3RicsM&feature=fvwrel
Duanne Allman que fazia da guitarra um violino psicodélico
http://www.youtube.com/watch?v=jfZdwCtrKWI&feature=related
E finalmente Roy Buchanan, o maior guitarrista desconhecido de todos os tempos. Nenhum músico chegou tão perto da alma do instrumento quanto ele
http://www.youtube.com/watch?v=swX9oq6TVAU&feature=related
Tal qual, os instrumentos por sua vez, tem belezas distintas e timbres únicos, impossível compara-los.
Quando se fala em guitarra nossos neurônios se mobilizam e criam em nosso inconsciente coletivo a imagem de uma Stratocaster. Ícone do design moderno, impávido desde sua criação é fruto da dobradinha de Leo Fender, George Fullerton e Freddie Tavares em 1954.
A idade não é implacável nesta passarela de belas. Quanto mais antiga melhor. Esta Kapa Continental tem exatamente a minha idade. A beleza do efeito craquelê no verniz da madeira é como marca de expressão. Sem botox conta a história de uma vida.
A guitarra acústica ricamente ornamentada com madreperolas, marfim e tartaruga vem dos fins de 1800. O que tem de ecologicamente incorreta o som a redime.
Um furo em forma estilizada de F diferencia esta Semi-acústica de timbres doces. A perfeição no corte deste buraco semelhante ao dos violoncelos é um item relevante na qualidade destes instrumentos. Perfeccionismo `a parte, ouvi-la é como uma massagem na alma.
Orgulho da indústria nacional no inicio da década de 80 esta Giannini modelo exportação de construção única leva na formula ingredientes nobres: mogno, imbuía, marfim e pau ferro.
Por fim a prova de que a vida após a morte pode ser bem bacana. Da primeira vez que a vi ela estava rachada por servir de tacape numa briga entre irmãos trazia algumas penas de galinha, lembrança de uma estada demorada num galinheiro. Hoje tem valor inestimável. Garbosa ostenta a assinatura de duas lendas vivas: John Mayall, o Inglês que redescobriu o Blues batendo as primeiras estacas do roqueirol e de Johnny Winter, o albino nervoso que reinventou o Blues elétrico.
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A strato é um nenem em comparação as outras hehehe
ResponderExcluirBela coleção!
ResponderExcluirTudo a ver com você pela forma apaixonada que escreve.
Parabéns!
Gostei da dica do Roy. Booom...
ResponderExcluirAbs,
Pedro Couto
Guarim,
ResponderExcluircada vez que leio seus textos penso que o jornalismo perdeu um belo redator mas resgatou para si um especialista em imagens. Mas o sentimento de perda sempre surge, equilibrado pelo enquadramento revelador de que perdas e ganhos estão sempre aí: nas cordas de uma guitarra ou nos parcos cabelos de um economista que - pelas suas lentes - se sentiu um astro.
Em outras palavras: vai escrever e fotografar bem assim lá na casa do cacete!
Não sei se você sabe mas este seu amigo aqui está aprendendo a martelar no couro de Tamas, Yamahas, Pearls, Ludwigs e Holands. Adoraria ver um ensaio seu com esses tamboretes de fazer barulho. Fica o desafio.
Abraços e beijos
Claudio Carneiro - seu biógrafo oficial
Adorei o comment do claudio carneiro. acho q explica o q sempre sinto qdo venho aqui e não sabia exatamente o q era... tentei até descrever no último post, mas, diferente de vc, nao mando bem nisso...rs
ResponderExcluirAliás, sabe q nao mando bem em nenhuma de suas artes, apesar de compartilhar a paixao pela fotografia; mas o q é incrível, guarim, é isso q faz - mesmo sem entender chongas sobre instrumentos de cordas (apesar de imaginar o q quis dizer com "massagem na alma"!)adorei o texto pelo gozo apaixonado q ele descreve, de sua relação com esses amores aí.
como sempre, lindas fotos, lindo texto, lindo guarim!
:D
Andando por uma avenida aqui, em Porto Alegre, me deparei com uma pessoa entrando em uma loja com um acordeon. Entrei para ver a loja, e tinha vários instrumentos musicais, e lembrei de um amigo que me pediu para eu olhar por aqui, guitarras antigas. Vi muitas lá, não sou conhecedora de guitarras, mas vi uma Ibanez.
ResponderExcluirO incrível disso é que a paixão que sentes, nos faz, aos amigos, querer conhecer um pouco mais da tua paixão, que é o Blues. Escreva mais seguido. beijos querido amigo,
Oi Guarim,
ResponderExcluirgostei muito do seu blog. Continue compartilhando conosco o seu conhecimento.
Sou fotógrafa e encontrei com você no evento do Senai (Design de interiores e moda).
Você ficou de me enviar o seu email. Estou aguardando.
Abraços,